sexta-feira, 30 de abril de 2021

A Sociedade das mudanças

 



Da última vez que estive aqui o mundo era diferente, não existia o Corona Vírus. Logo depois de seu surgimento no ocaso de 2019, o medo passou a fazer parte do nosso cotidiano. Começou como algo ainda distante e misterioso que talvez nem chegasse para essas bandas, mas foi crescendo e tomando parte das rodas de conversa, preocupando a sociedade.

Aos poucos foram surgindo os primeiros casos fora da China, até chegar ao Brasil, no seu estado, na sua cidade.... Hoje vivemos uma nova realidade onde alguns protocolos de saúde e higiene devem ser praticados caso quisermos frequentar lugares públicos. Uma mudança que incomoda muita gente, muitos chamam esses métodos de “o novo normal” enquanto outros não perdem a esperança das coisas voltarem ao antigo “normal”.

Vivemos em uma sociedade tecnológica onde as coisas mudam muito rapidamente, e nos adaptamos à essas mudanças de maneiras que nossos pais e avós jamais o fizeram!

Será mesmo? Porque então encontramos tanta dificuldade em nos adaptarmos quando o assunto é uma pandemia mundial?

Acredito que a resposta para estas perguntas se encontra no fato de que não somos uma sociedade que saiba se adaptar ao novo tão bem quanto pensávamos.

A prova dos nove está aí: O Corona Vírus. Não conseguimos lutar e nem ao menos se adaptar para vencer esta guerra, tanto fisiologicamente como socialmente falando. Falhamos em todos os âmbitos em tentar evitar a propagação deste vírus, e sabe porquê? Porque desde o surgimento do Mercantilismo pelos meados do século XV, vivemos em uma sociedade engessada cujo único objetivo é o lucro.

Mas as pessoas precisam se alimentar, elas trabalham para isso e o trabalho consequentemente gera o lucro! Este é um fato do qual não tenho a pretensão de argumentar contra, porém se fossemos realmente a sociedade que achávamos que éramos (a sociedade da revolução tecnológica) encontraríamos formas de se adaptar e enfrentar o vírus, caso isso não fosse possível, encontraríamos formas de alimentar as pessoas sem que o trabalho continuasse sendo a principal moeda de troca. Estamos atracados a este pilar financeiro há mais de 500 anos.

Caso este argumento não seja o suficiente para que você perceba o quão estagnado estamos (antropologicamente falando) leve em consideração as mudanças climáticas. Este fantasma nos assombra desde o século passado e simplesmente não conseguimos fazer nada à respeito, simplesmente pelo fato de que o bem estar social, saúde coletiva ou a qualidade do meio ambiente estão em posição subsequente ao lucro. É simples.

E sabe aquela ideia de que somos uma sociedade versátil e adaptável? É só balela de marketing para você comprar seu próximo smartphone. Marketing criado pelas grandes companhias que existem há anos com o único objetivo para que nasceram.

Não se engane, as gerações passadas enfrentaram epidemias, guerras, escravidão, escassez de alimentos... eles sim sabiam se adaptar. Nós somos a sociedade do Status Quo, navegando de encontro à um grande iceberg enquanto rimos, dançamos e principalmente compramos. Nós não somos adaptativos, no máximo sabemos atualizar a versão do nosso aplicativo favorito.