quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Pra quê serve a FUNAI mesmo?

 

Para responder essa pergunta precisamos voltar para o início...

O Serviço de Proteção aos Índios (SPI) foi criado em 1910 com o intuito de proteger e integralizar à sociedade brasileira estes indivíduos, que ao ponto de vista da nação, careciam de um “processo civilizatório” para que pudessem ser considerados cidadãos. Este serviço, apesar de seu nome, deslocava as populações indígenas dos territórios que eram mais visados pela iniciativa particular, liberando espaço para a produção agrícola, industrial ou atividades de mineração. Além disso, os processos educacionais reconhecidos pela SPI adotavam metodologias de nacionalização e padronização das vestimentas, cultura e língua desmerecendo completamente as origens indígenas, configurando uma contradição enorme para com o objetivo à que este órgão deveria servir. 

Crianças indígenas são obrigadas à se vestir e se portar com "civilidade" enquanto veneram a bandeira nacional e frequentam a aula de "prendas".


Em seus últimos anos, a SPI protagonizou uma série de escândalos relacionados à casos de corrupção e desacato aos direitos indígenas, resultando em sua substituição pela FUNAI, no ano de 1964.

Apesar de novo, este órgão também teve sua principal função fundamentada na premissa da integração pacífica dos indígenas à sociedade utilizando os métodos desenvolvidos pela sua predecessora. É somente com o surgimento do MIB (Movimento Indígena Brasileiro) à partir da década de 1970 e com o apoio de um pequeno setor da Igreja Católica, que as primeiras assembleias entre lideranças indígenas e a FUNAI foram realizadas buscando a proteção e ampliação dos direitos dos indígenas.

Com o passar dos anos, a FUNAI foi se estabelecendo como um dos maiores órgãos de proteção étnico-cultural do mundo, já que, em uma de suas ações de proteção à esta cultura, podemos destacar a atuação na manutenção dos povos indígenas em situação de isolamento, que em sua maioria são encontrados nestas condições quase que somente na América do Sul (há registros de outros grupos isolados apenas na Índia e na Papua-Nova Guiné), majoritariamente no Brasil, e é da responsabilidade deste órgão, a manutenção das condições de existência destas populações.

O MIB ainda busca junto à FUNAI a articulação de muitos direitos que ainda não são cumpridos em sua totalidade, mas é possível afirmar que em comparação ao arcaico SPI, este órgão superou a maioria das contradições existentes na antiga política indigenista do Brasil.


 FONTES:

ANDRADE, Caroline. História e Cultura Indígena. Curitiba: Editora Fael, 2018.

LIMA, Layanna G. B. A questão agrária e os povos indígenas. Revista Humanidades e Inovação v.6, n.17 2019. p. 179. Disponível em: < https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseinovacao/article/view/1800 >. Acesso em: 27 out. 2021.

ODILLA, Fernanda. Número de tribos isoladas dobra na América do Sul, mas maioria está em situação de risco. Disponível em: < https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47984370 >. Acesso em: 27 out. 2021.


 

sexta-feira, 30 de abril de 2021

A Sociedade das mudanças

 



Da última vez que estive aqui o mundo era diferente, não existia o Corona Vírus. Logo depois de seu surgimento no ocaso de 2019, o medo passou a fazer parte do nosso cotidiano. Começou como algo ainda distante e misterioso que talvez nem chegasse para essas bandas, mas foi crescendo e tomando parte das rodas de conversa, preocupando a sociedade.

Aos poucos foram surgindo os primeiros casos fora da China, até chegar ao Brasil, no seu estado, na sua cidade.... Hoje vivemos uma nova realidade onde alguns protocolos de saúde e higiene devem ser praticados caso quisermos frequentar lugares públicos. Uma mudança que incomoda muita gente, muitos chamam esses métodos de “o novo normal” enquanto outros não perdem a esperança das coisas voltarem ao antigo “normal”.

Vivemos em uma sociedade tecnológica onde as coisas mudam muito rapidamente, e nos adaptamos à essas mudanças de maneiras que nossos pais e avós jamais o fizeram!

Será mesmo? Porque então encontramos tanta dificuldade em nos adaptarmos quando o assunto é uma pandemia mundial?

Acredito que a resposta para estas perguntas se encontra no fato de que não somos uma sociedade que saiba se adaptar ao novo tão bem quanto pensávamos.

A prova dos nove está aí: O Corona Vírus. Não conseguimos lutar e nem ao menos se adaptar para vencer esta guerra, tanto fisiologicamente como socialmente falando. Falhamos em todos os âmbitos em tentar evitar a propagação deste vírus, e sabe porquê? Porque desde o surgimento do Mercantilismo pelos meados do século XV, vivemos em uma sociedade engessada cujo único objetivo é o lucro.

Mas as pessoas precisam se alimentar, elas trabalham para isso e o trabalho consequentemente gera o lucro! Este é um fato do qual não tenho a pretensão de argumentar contra, porém se fossemos realmente a sociedade que achávamos que éramos (a sociedade da revolução tecnológica) encontraríamos formas de se adaptar e enfrentar o vírus, caso isso não fosse possível, encontraríamos formas de alimentar as pessoas sem que o trabalho continuasse sendo a principal moeda de troca. Estamos atracados a este pilar financeiro há mais de 500 anos.

Caso este argumento não seja o suficiente para que você perceba o quão estagnado estamos (antropologicamente falando) leve em consideração as mudanças climáticas. Este fantasma nos assombra desde o século passado e simplesmente não conseguimos fazer nada à respeito, simplesmente pelo fato de que o bem estar social, saúde coletiva ou a qualidade do meio ambiente estão em posição subsequente ao lucro. É simples.

E sabe aquela ideia de que somos uma sociedade versátil e adaptável? É só balela de marketing para você comprar seu próximo smartphone. Marketing criado pelas grandes companhias que existem há anos com o único objetivo para que nasceram.

Não se engane, as gerações passadas enfrentaram epidemias, guerras, escravidão, escassez de alimentos... eles sim sabiam se adaptar. Nós somos a sociedade do Status Quo, navegando de encontro à um grande iceberg enquanto rimos, dançamos e principalmente compramos. Nós não somos adaptativos, no máximo sabemos atualizar a versão do nosso aplicativo favorito.


segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Por Você



Por você

Alimenta, ensina, ama
Envelhece, entristece, cansa
Se completa, sorri, dança

Crítica e cobra
mas não sai do teu lado
Esteja certo ou errado
O amor personificado

E na incerteza,escondida chora
Mas por você
Abre um sorriso
E mostra a beleza daquela hora

E todos as noites ora,

Pede à Deus pra guardar o teu caminho
Para quando ela não estar por perto
Você não ficar sozinho

Não se acovarda,
Se engrandece para te defender
Te dar o sustento, te fazer viver

E mesmo depois de tudo isso
É ela quem fica grata
Se apequena, se rebaixa

Se resume à três letras

Todos os dias
Por você