domingo, 10 de julho de 2011

Conhecendo nossa história, nosso chão...


No mês de Junho, tive o privilégio de me juntar ao seleto grupo de pessoas que teve o prazer de conhecer São Miguel das Missões, onde no espetáculo "Som e Luzes" que acontece todos os dias ao entardecer, pude contemplar um pouco de nossa história e me emocionar com um dos textos mais lindos que tive o prazer de ouvir e também sentir naquela noite.
No evento, quando ao entardecer, todas as luzes do local são desligadas e então nas vozes de Lima Duarte, Fernanda Montenegro, dentre outros, um texto muito bonito, acompanhado de um show de luzes é citado... sem falar na beleza natural do local.  Deixo um trechinho do texto aqui, para talvez encorajar outras pessoas á visitar este belíssimo monumento á nossa cultura:

TERRA:Quem vem lá? Quem vem lá profanar minha ondulante pradaria? Estrela, gritos de dor cristalizados pelo infinito vazio desta celeste cobertura. Testemunhas dos dolorosos massacres daquelas dias em que a insegurança e o ódio arrancaram-me do dorso a melhor comunidade que em mim germinou. Ah estrelas, vento irmão, afastai o novo intruso.

RUÍNAS:Um momento vos pedimos, calmo leito sôbre o qual repousamos há tanto tempo, fecunda terra que manteve e tornou fortes nossos bravos construtores.
Amiga terra, berço e sepultura, nós ruínas desgastadas, estaremos dentro em breve confundidas com o lodo em vosso ventre. Antes, porém, atendei!
Permite que estes estranhos que voltam a passear aqui, sem a mesma graça, é claro, dos antigos guaranis, saibam o que foi feito àquele povo tão belo.
Que os estranhos aqui presentes, pelos motivos mais diversos do mais leviano ao mais penetrante, dividam conosco a mágoa universal de ter assistido a um massacre no qual o inimigo colonialista, por cobiça, raiva e inveja moralista, matou com tiro de lança o legítimo habitante destes campos, os braços construtores desta igreja.
Libertai, serena terra, o espírito de um povo cuja história épica encerra verdades que servem de novo.
Os estranhos ora atentos com seus olhos assustados, podem ser talvez isentos da culpa dos crimes aqui consumados. Mas já que vieram aqui, devem ouvir nos ventos a verdade que encerrais: como foram arrasados vossos filhos, nossos pais, os tranquilos Guaranis….

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